CARACTERÍSTICAS DO TRÁFICO DE DROGAS NO BRASIL

Cocaína:

O Brasil não é produtor de cocaína e a droga que circula em nosso território destina-se, sobretudo, ao abastecimento interno. Todavia, não podemos olvidar que o Brasil é usado como corredor para traficantes paraguaios, bolivianos e colombianos que exportam o produto para os Estados Unidos,
África e Europa. São, ainda, características da mercancia de cocaína no Brasil:      


          a) Intenso tráfico formiga de pequenas quantidades (até 20 kg), verificado nas fronteiras da região Centro Oeste e Norte do País;


          b) As apreensões de grande porte (mais de 150kg), em geral, se destinam ao mercado internacional;

          c) Utilização do transporte marítimo para o escoamento de grandes quantidades de cocaína para o mercado externo;   

          d) No mesmo sentido, a utilização de transporte aéreo para as quantidades menores, através de mulas ou correios humanos. Note-se que a fiscalização no transporte aéreo é mais eficiente, uma vez que a capacidade de carga das aeronaves é muito menor do que a dos navios. 

          e) A droga, principalmente de procedência boliviana, é de má qualidade e muitas vezes rejeitada por mercados mais exigentes.


Maconha:


          a) A produção predomina na região nordeste, com grande incidência na região do vale do Rio São Francisco;

           b) Destina-se ao mercado interno;

         c) O transporte rodoviário se verifica e grandes quantidades (toneladas);    


         d) Oitenta por cento da maconha consumida no Brasil vem do Paraguai;   


As Rotas do Tráfico no Brasil      

Podemos apontar três diferentes tipos de rotas que trazem a cocaína e a maconha para o território nacional:      

         a) Rotas caseiras, que também podemos chamar de rotas domésticas, caracterizam-se pelo transporte das drogas dentro dos limites territoriais brasileiros, destinando-se aos consumidores que se encontram no Brasil;
          b) Rotas internacionais são aquelas em que o território brasileiro é utilizado apenas como passagem ou corredor das drogas têm como destino final os Estados Unidos, África e a Europa;

          c) Rotas mistas são aquelas em que as drogas ingressam no território nacional destinando uma parte para o consumo interno (rota caseira) e outra parte para exportação (rota internacional).      

A maior parte da cocaína que passa pelo Brasil vem da Colômbia (estima-se em 500 toneladas/ano a produção colombiana) e boa parte da maconha vem do Paraguai. Malgrado o Brasil seja produtor de maconha, principalmente no “Polígono da Maconha”, área do semi-árido nordestino, a quantidade produzida no mercado nacional não é suficiente para a demanda interna e, por isso, os traficantes importam a erva do Paraguai.   

A principal dificuldade que o Brasil tem para evitar o contrabando e a entrada de drogas e armas no país é o tamanho de suas fronteiras. São 16 mil quilômetros só por terra.

O Polígono da maconha

O Polígono da Maconha situa-se no sertão pernambucano, na divisa dos Estados da Bahia e Pernambuco. 

Às margens do Rio São Francisco, 14 municípios no nordeste brasileiro têm como principal atividade econômica o cultivo da maconha. É a maior área de plantio da erva na América do Sul. Os trabalhadores são cooptados pelo tráfico e se submetem a uma jornada laboral de dez a doze horas diárias, de cinco a seis meses por ano. Consoante o Ministério Público do Trabalho de Pernambuco estima-se que sejam 40 mil trabalhadores nessa região só no plantio de maconha, sendo dez mil crianças e adolescentes. 

Situação de Juiz de Fora/MG      

No contexto nacional, acreditamos que a droga traficada em Juiz de Fora tenha por objetivo o consumo interno, ou seja, em Juiz de Fora predomina uma rota doméstica do tráfico de drogas. No entanto, é possível especular, pela localização geográfica da cidade, que Juiz de Fora integre, de forma bem mais modesta, uma rota internacional de substâncias entorpecentes vindas dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Paraná (neste caso, passando por São Paulo e triângulo mineiro), com destino aos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e Espírito do Santo.

Também é possível afirmar a existência de rotas mistas na região, em que a droga oriunda de outros Estados abastece o mercado regional e segue para o litoral para ser exportada.      

Em 2010, as polícias Federal, Civil e Militar apreenderam 20kg de cocaína, 09 kg de crack, 233 kg de maconha, 1 litro de clorofórmio, 4 frascos de cola de sapateiro, 842 frascos de loló, 2 frascos de lança perfume, 34 pontos de LSD.

Em 2009 as polícias apreenderam 35 kg de cocaína, 45 kg de crack, 130 kg de maconha, 1,5 kg de haxixe, 202 ml de clorofórmio, 22 frascos de cola de sapateiro, 46 frascos de loló, 2 frascos de lança perfume, 3 pontos de LSD.

Pelo volume das apreensões, percebe-se que a maconha é a droga mais utilizada em Juiz de Fora.

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